O
homem comunica-se através da sua própria linguagem oral, e através de outros
meios por ele inventados, tais como o telefone, a radio, a televisão e outras.
A primeira comunicação via radio aconteceu no ano, de 1901 entre a Europa e o
Canada. Foi seu inventor o italiano Marconi, a televisão começou a ser
desenvolvida por um estudante alemão no ano de 1886. Nos anos vinte, apareceu a
televisão electrónica. A televisão está a ser vista em família, em Londres
desde o ano de 1936, vinte anos depois fazem-se as primeiras experiencias em
Portugal.
Um
pouco da história da radio no nosso país, a partir dos anos vinte, embora na
sua maioria fossem feitas por amadores que com o seu entusiasmo e tempo livre,
vão emitindo, musicas, declamações, ou poesia, ou até peças de teatro quase
sempre feitas pelo grupo dramático da própria estação, o posto emissor CT1AA
era uma excepção, visto ser a primeira estação nacional profissionalizada.
Naquela época tinha linhas telefónicas directas para o Teatro Nacional,
Sociedade de Geografia, Teatros Variedades e Maria Vitória e um segundo estúdio
de grande porte na rua do Carmo, onde era possível acomodar mais de uma centena
de músicos, para além do público que também assistia aos programas.Com o rápido
desenvolvimento da Rádio, foi publicado em 1930 o primeiro diploma legal sobre a
TSF (Telegrafia Sem Fios).
Entre
os anos de 1931 e 1933 surgem novos postos emissores entre os quais, a
Alcântara Rádio, o Clube Radiofónico de Portugal, Rádio Rio de Mouro e Rádio
Clube da Costa do Sol iniciaram a sua actividade em 1931, a Invicta Rádio,
Rádio Clube Lusitânia, CT1DS, Rádio Graça, Rádio Luso e Rádio Amadora em 1932, e
no ano seguinte a Rádio Peninsular e a Rádio São Mamede. A maioria destes
postos emite em directo para os seus bairros, embora alguns conseguissem que os
ouvissem mais longe. Seus horários de emissão eram de pouca duração naquela
época pois não ia além de duas horas por noite, estas eram normalmente entre as
21 e 23 horas, havendo outros que emitiam entre as 24 e as 2 da manhã, fazendo
os seus anúncios de horários, através de revistas semanais, Rádio Magazine ou a
Rádio Novidades.
Em
Maio de 1932 realizou-se o primeiro congresso Nacional de Radiotelefonia
organizado pelo jornal “O Seculo”
Por
imposição do estado novo não é autorizada a emissão de publicidade, alegando que os postos não devem
ser um instrumento de especulação comercial, o que originou em pouco tempo o
não desenvolvimento técnico dos postos emissores. Devido a esta medida muitos
postos emissores vão acabar muito em breve, abrindo espaço à criação de
Estações de cobertura Nacional. O Rádio Clube Português, resultante do
crescimento do Rádio Clube da Costa do Sol, propriedade de Jorge Botelho
Moniz- CT1GL, oficial do Exercito que tomou parte no 28 Maio de 1926, e que
mantinha boas relações com o Estado Novo, inaugurou em 1934 umas modernas
instalações com a presença do Presidente da Republica. Para termos uma ideia da dimensão de grandeza
desta Estação naquela época bastará dizer que já estava equipada com as
primeiras viaturas de exteriores que existiam em Portugal, e que foi autorizada
a explorar a publicidade desde 1936 e que as suas imissões iam até à uma hora
da manhã. O nome de Jorge Botelho Moniz e o seu indicativo CT1GL ficaram na
história da rádio, pelo relato radiofónico de um jogo de futebol realizado no
ano de 1933 entre as selecções de Portugal e da Hungria em Lisboa.
Consciente
do poder da TSF, o Estado Novo decidiu construir a sua própria Estação emissora
a exemplo do que já vinha a acontecer por essa Europa fora, e em 1933 por
decreto- lei assinado polo então ministro Duarte Pacheco, é criada a Emissora
Nacional, embora somente seja inaugurada em 1935. Com o surgimento da Emissora
Nacional, o posto emissor CT1AA encerra as suas emissões, nesta altura já com
uma grande quantidade de ouvintes nas Colonias de Africa, e na imigração.
Atenta também a este fenómeno, a igreja católica avança em 1937 com a criação
da sua própria emissora, a Rádio Renascença. Mesmo com o aparecimento das
poderosas estações criadas em 1940 ainda se encontravam a transmitir 298 postos
de amadores, e mais de duas dezenas de estações particulares.
A
Rádio tem sido ao longo dos anos uma boa fonte de informação e comunicação,
assim como de entretinimento na sua passagem de musicas e palestras a vários
níveis socioculturais. Também se tem ouvido nela bons comunicadores com os quais muito se
aprendeu, cito alguns cujo o nome me ocorre neste momento Fernando Peça, Artur
Agostinho, Jorge Alves, Igrejas Caeiro, Matos Maia, António Sala, entre muitos
outros que de momento o nome não me ocorre homens com grande capacidade para dialogar de
variadíssimos temas tanto a nível nacional como internacional.
A
Rádio Portuguesa teve no 25 de Abril de 1974 um momento alto, que sem a sua
colaboração, era possível que o regime se mantivesse ainda um pouco mais de
tempo e o pais continuasse mergulhado na grande noite da ditadura.
A
colaboração entre jornalistas e revoltosos começou muito antes do dia 25 de
Abril de1974. São feitos contactos entre ambos, sendo os jornalistas de várias emissoras;
fazem os preparativos para que a revolução resultasse. Cinco minutos antes das
vinte e três horas do dia vinte e quatro de Abril de 1974,na radio Alfabeta dos
Emissores Associados de Lisboa, o locutor de serviço- João Paulo Diniz “lançou”
a música “E depois do adeus” de Paulo de Carvalho. Era o sinal para o avanço
das tropas.
Na
Rádio Renascença a gravação do alinhamento que veria a ser o sinal para o
começo das operações foi feita na tarde do dia 24 de Abril, por Leite de
Vasconcelos, no programa «Limite» realizado em directo, mas que algumas partes
eram previamente gravadas. Era numa dessas gravações que estava a «senha» - a
primeira quadra da musica «Grândola Vila Morena» de Zeca Afonso. Passavam vinte
minutos da meia- noite, quando a gravação foi difundida.
Provavelmente muitas mais coisas havia para dizer sobre o rádio seus componentes: seus pioneiros e todos os que de uma forma ou de outra contribuíram para que as pessoas em toda a parte do mundo, hoje a ele tenham acesso, possam usufruir das noticias e das musicas que por ele rádio nos são oferecidas: abençoado, o Criador que nos facultou as ondas artesianas para que posamos ter todas essas maravilhas com que nos deliciamos.
Mário Polónio
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